Memória e Experiência: historicidade
“Na contramão desta
lógica, o sujeito da experiência é um arquipélago de subjetividades, um sujeito
marcado pelas diferentes relações e posições que ocupa no mundo.” ( GENRO &
CAREGNATO, , pg.9)
O objetivo
deste relatório é demonstrar como foi desenvolvido o tema “Experiência”, sob a
ótica proposta por Genro & Caregnato, em Educação na e para a diversidade: nexos necessários, capítulo I. As
autoras afirmam que
”A experiência entendida,
também, como memória é a nossa capacidade de restituir o passado, as suas
marcas, para que possamos nos inserir num movimento de liberdade
(historicidade), numa conduta significativa e seletiva que empenha a nossa
responsabilidade social.” (GENRO & CAREGNATO, , pg.8)
A turma na qual
desenvolvi este trabalho está no 2º Ano do Ensino Fundamental, da qual sou
professora titular. Os alunos e alunas tem idade média de 8 anos, no total são
19 estudantes e duas das alunas não estão alfabetizadas, portanto para o
registro da atividade proposta, no caso delas, optei pelo registro através do
desenho e da oralidade da atividade proposta, o restante registrou através da
escrita.
O Ano referido
faz parte do Ciclo de Alfabetização, portanto a exigência é que trabalhemos com
repertório variado de diferentes gêneros textuais, dentre estes, o trava-língua. Durante o desenvolvimento da
apresentação e incentivo para que declamassem com atenção os diferentes textos
apresentados a algaravia tomou conta da turma e o resultado foi excelente, pois
demonstraram prazer e interesse pelo exercício.
Aproveitando o
ânimo que atestava interesse em continuar a atividade, propus que fizessem uma
pesquisa com familiares de outros textos do gênero trava-língua para que
pudéssemos ter mais variações daquele.
Esta estratégia
de pesquisa de diferentes assuntos com familiares é recorrente nos
planejamentos diários, pois a memória capacita o indivíduo para que ele possa
perceber-se parte de um grupo e deste adentrar outros espaços.
De acordo com
Genro & Caregnato, “Larrosa (2002) considera este movimento como
acontecimento que nos sensibiliza, nos marca e nos possibilita pensar nossas
múltiplas relações.” (GENRO & CAREGNATO apud LARROSA, ,pg. 9)
Ao retornar com
os textos solicitados, os estudantes demonstraram alegria e disposição para a
apresentação e a proposta para a mesma foi que sentássemos em uma roda, no
chão, sobre colchonetes e cada um e cada uma deveria recitar de memória o
trava-língua pesquisado. Alguns assim procederam, outros leram.
O relato que as
crianças fizeram à respeito da recepção oferecida à demanda, por parte dos
familiares foi riquíssimo, pois ao relembrarem dos textos solicitados (trava-línguas),
as avós, avôs, mães e pais contaram histórias do tempo de escola e memórias familiares.
A conclusão à
respeito do trabalho desenvolvido é que os indivíduos se interessam por
rememorar a partir do lúdico, como no caso relatado acima e que é possível
encurtar o tempo a ponto de localizar no presente memórias do passado e estas
serem o fio condutor para outros diálogos que estabelecem pertencimento.
Referência:
CAREGNATO. Célia Elizabete.
GENRO. Maria Elly Herz. Educação na e para a diversidade: nexos
necessários. Cp. I Disponível em: https://moodle.ufrgs.br/pluginfile.php/2199291/mod_resource/content/1/Genro%20e%20Caregnato_%20Educac%CC%A7a%CC%83o%20na%20e%20para%20a%20diversidade.pdf
Acesso: 17/11/2017
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