Lapidar o cotidiano
A
escolha de um entre tantos livros é uma façanha para quem tem o vício em
perder-se entre palavras que são lapidadas para encantar aqueles que se
permitem a cada linha ou verso um novo olhar.
Porém,
a escolha é imperativa e daquela resultou Isto
é um poema que cura os peixes, de Jean-Pierre Siméon, Editora Comboio de Corda, do projeto Alfabetização na Idade Certa/2013
do MEC-FNDE.
Arthur
amava seu peixe vermelho, o Léo. De tanto amar, os olhos do menino ficaram
embaçados e ao ver Léo quieto, imaginou que o peixinho fosse morrer. Então,
saiu em busca de algo que pudesse salvar seu bichinho. Perguntou à mãe o que
poderia fazer e a mãe prontamente respondeu que desse um poema para Léo.
A
aventura começou quando o menino se sente capturado pelo desejo de dar ao peixinho
aquilo que poderia salvá-lo.
No
decorrer do poema que conta a saga de Arthur e Léo encontrei a beleza da
métrica de Chico Buarque ao “poemar” Construção, a música na qual o autor
lapida o cotidiano.
O
peixe e o menino. O cotidiano e a
exigência em ser.
O
poema possibilitando que tanto a criança quanto o adulto possam adentrar suas
limitações e nelas encontrar caminhos possíveis.