Colorindo
a realidade
Com
o propósito de elencar tópicos relevantes, sob a ótica docente, do texto “NasTramas da Literatura Infantil: Olhares sobre Personagens Diferentes de Rosa Mª
Hessel Silveira, tracei algumas linhas.
Indiscutivelmente,
a escolha de títulos capazes de subsidiar provocações necessárias, pertinentes
e generosas sobre o tema diversidade humana, definida no texto como “diferenças”
é difícil, pois a autoria sugere que ao ser criado um ambiente no qual será
incluída a trama, o sujeito autor marcará o texto a partir do lugar do qual
compreende o mundo.
É
provável que os lugares diversos dos quais o autor e o docente analisem o tema
acima referido apresente dificuldades para o último no momento em que necessitar
escolher um livro adequado à demanda.
Por
conseguinte, elencar tópicos do texto indicado pela Interdisciplina Literatura
Infanto Juvenil e Aprendizagem que tem como professora titular Ivany Souza
Ávila, suscita compreensão do que pode vir a ser um balizador nas escolhas.
Por
exemplo, quando a autora cita Ligia Assumpção Amaral (2002) que ao analisar um personagem com deficiência,
utilizou três eixos básicos, quais sejam, gênese da deficiência, status do
personagem e desfecho da história, está a nos indicar por qual prisma podemos
averiguar um livro a ser apresentado para os estudantes.
A
saber, quando se refere ao status Amaral (2002) propõe que analisemos se o
personagem recebeu adjetivos outros para além da diferença que o define em
primeiro plano.
Igualmente
na página sete, Rosa Mª apresenta duas obras que ilustram de maneira diversa o “diferente”
cego. São elas: “ O menino que Via com as Mãos” e “ A Gaivota que não Podia Ver”.
No primeiro há claramente adjetivação que ressalta a potencialidade do cego ao
apresentar o personagem sorrindo, tocando objetos e seres. Já no segundo livro,
a gaivota é apresentada como incapaz desde o título e por toda a obra.
Outro
tópico interessante é a citação do prefácio da obra “Ímpar”. Segundo o autor
Um dia eu fiquei conversando
com um garoto que começou a me contar como a vida dele tinha mudado depois de
um acidente de carro.
Ele me contou como era
antes, como ficou depois e tudo que ele falava me fazia sentir mais e mais
parecido com ele. E foi daí que surgiu essa história.
Ímpar é um livro diferente dos outros, como
são diferentes os garotos e garotas que você vai conhecer lendo o livro. (Silveira apud Cunha, 2002)
Embora
os lugares sejam distintos, autor e docente podem concordar no que tange ao
objetivo em construir “pontes” necessárias e imprescindíveis para que os
estudantes possam compreender a diversidade humana a partir de situações que
exemplifiquem o cotidiano possível e inescapável, não deixando de lado a
imaginação, no qual as diferenças não excluam, mas possam colorir a realidade.