segunda-feira, 11 de abril de 2016





                                                  Cenas do cotidiano

Indiscutivelmente analisarmos cenas do cotidiano exige que elenquemos um ponto e deste olhemos com isenção. Não há possibilidade fora deste movimento. Como fazer uma análise se somos parte, quer dizer, atores? De outro ponto de vista, como analisar uma cena na qual não conhecemos prerrogativas, subjetividades que são fundantes da ação?
É provável que ao analisarmos uma cena na qual sejamos parte, comecemos a discorrer, analisar com o foco determinado e logo em seguida desviarmos da análise, pois este exercício exige o afastamento da cena, porém ter sido atuante no momento analisado, correremos o risco de sempre retornar à ação como parte desta.
Igualmente haverá dificuldade em analisarmos uma cena na qual não fomos parte, porque o foco será a atuação do outro. Neste caso, o obstáculo à análise exigida está no fato de que o analisado tem suas prerrogativas ao executar determinadas escolhas e como expectadores não conhecemos a subjetividade que molda a ação.
De acordo com a solicitação, elenquei uma cena na qual propus aos estudantes que após a cópia e leitura atenciosa de atividades de revisão, as executassem sem solicitar auxílio. A turma está no último ano do Ciclo de Alfabetização, portanto, lendo e interpretando já com alguma autonomia. Fui surpreendida pelo questionamento feito sobre o que era sublinhar e circular. As atividades propostas versavam sobre Alfabetização.  Rapidamente decidi pedir atenção do coletivo e foquei nos significados das palavras, recorri ao dicionário, pois este suporte foi inserido desde o começo do ano letivo, para que eles se apropriassem daquele como ferramenta de apoio diário.
Com o propósito de sanar as dúvidas, li e realizei uma atividade de cada ação exigida e nos dias subsequentes trabalhei mais verbos que farão parte do universo cotidiano na resolução de atividades das diversas áreas.
Da mesma forma escolhi uma cena na qual a colega do 1º Ano propôs aos estudantes uma atividade para desenvolver a lateralidade. A professora em questão amarrou alternadamente, no braço direito e esquerdo, uma fita e com esta estratégia solicitava que os pequenos levantassem a mão X ou Y. Observando a cena, percebi o quanto é difícil para a criança reconhecer “lado” no início da escolaridade, que é aos seis anos.  Após esta observação comecei a observar meus alunos, já no final do Ciclo e constatei que alguns ainda estão com a lateralidade  e  noção de direção pouco desenvolvida.
A fim de proporcionar atividades variadas para que os alunos desenvolvam autonomia no que se refere ao observado, provoquei o diálogo entre meus pares do Ciclo de Alfabetização e também pesquisei para embasar meu planejamento posterior.
Além disso, neste semestre, teremos a oportunidade de conhecer teóricos nas aulas de Ludicidade, que se debruçaram sobre os jogos como uma ferramenta para desenvolver na criança a condição de conhecer o seu corpo e o corpo no meio físico.
Assim sendo, concluo esta análise com as palavras da Mestra Esther Pillar Grossi, que nos desafia a que sejamos humildes no sentido de que precisamos da pesquisa já elaborada e daquela que também podemos elaborar a partir da realidade que nosso ofício exige.  Diz a professora que “a renovação é uma característica de nossa época. O progresso científico revoluciona nosso século e se não acompanharmos seremos cedo marginalizados.” (GROSSI, 2006, p.3)

domingo, 10 de abril de 2016



                                       Brincar é desafio

Com toda certeza brincar é importante. Dentre as importâncias possíveis e necessárias, as mais significativas são as possibilidades, desafios e entretenimento que o brincar oferece.
Brincar para as crianças é ação sobre objetos e emoções. É desafiar os limites do jogo, do corpo, da capacidade de acolher o Outro e saber que o Eu é capaz de superar frustações. Também é o que desafia sem exigir resultado ou utilidade. É alegria em desafiar-se. É prazer em ultrapassar o que até então era limite, dificuldade ou medo. Exercício em ser. Tempo presente.
Segundo Rubem Alves (1997)


Quem brinca sabe que a alegria se encontra precisamente no desafio e na dificuldade. Letras, palavras, números, formas, bichos, plantas, objetos (ah! O fascínio dos objetos!), estrelas, rios, mares, máquinas, ferramentas, comidas, músicas – todos são desafios que olham para nós e nos dizem: “Veja se você pode comigo!” (RUBEM ALVES, 1997, p.123)


Enfim, brincar é desafio das gentes em busca daquilo que amplia as possibilidades de ser em qualquer tempo e espaço, momento e advento. Ser aprendendo e ensinando. Saber que sabe depois de duvidar. Ou que pode ou não, dependendo da situação.










                                                         


                                            Estudo e pesquisa: exigência docente        Ensejando a continuidade dos estudos e porvent...