Vivências e interações
“Como se cria o vínculo entre
professor e aluno adulto? ”
Antes de tudo uma definição para o verbete vínculo. Um vínculo, do latim
vinculum, significa união, relação ou
ligação de uma pessoa com outra. Portanto, ao reescrever a pergunta acima
utilizando as definições em destaque teremos “o que pode favorecer a união
entre professor e aluno? ”ou ainda, “ o que mantém a relação entre professor e
aluno? ”
Sem dúvida alguma, criar, favorecer ou manter são ações que exigem empatia
daquele que acolhe e o professor ocupa esta posição no momento em que o aluno se
apresenta à instituição escolar.
Uma vez que empatia é a capacidade de colocar-se no lugar do outro, o
professor deverá exercitar aquela a partir do histórico do aluno, ou seja, das
circunstâncias e vivências do sujeito para criar argumentos sensíveis a fim de
que o aluno se sinta acolhido.
Certamente, o acolhimento calcado no conhecimento que o aluno adquiriu
ao longo de sua vida poderá ser efetivo, pois respeitará a trajetória e
alicerçará o planejamento das intervenções necessárias.
Assim, ao valorizar o conhecimento adquirido pelo aluno, seja o que tem
lastro no
sensível como também no cotidiano, acolhe-se a ideia de que
[...]aprendemos a relacionar ideias, abstraindo de nossa experiência, o
que revela que nenhuma pessoa ao entrar na escola é totalmente desprovida de
algum tipo de conhecimento, pois seja o indivíduo criança, jovem ou adulto que
nunca foi à escola, carrega consigo uma bagagem absorvida através da interação
social. ” (Costa; Reis; Araújo, ,p.5)
Se, ao ingressar ou retornar à sala de aula o aluno for respeitado como
um ser capaz de construir seu arcabouço cognitivo, o ambiente escolar será
acolhedor e a aprendizagem será efetiva. Quando referimos acolhimento, estamos
denominando um par inicial, qual seja, o sujeito que aprende com alguém.
De acordo com Kupfer,
“[...]da perspectiva psicanalítica, não se focalizam os conteúdos, mas o
campo que se estabelece entre o professor e seu aluno, que estabelece condições
para o aprender, sejam quais forem os conteúdos. ” (Kupfer,1989, p.87)
Em vista disso, encerro concluindo que a criação de vínculos, união, ligação
ou relação entre professor e aluno exige daquele respeito aos conhecimentos
prévios deste para que haja um ambiente propício à interação relativa à
aprendizagem.
Referências:
Costa, Ana
Cláudia de Oliveira; Reis, Keilla Cristiane dos; Araújo, Jaileila de. “A afetividade
nas relações professor-aluno: um estudo na Educação de Jovens e Adultos. Disponível em: https://www.ufpe.br/ce/images/Graduacao_pedagogia/pdf/2006.2/a%20afetividade%20nas%20relaes%20professor-aluno%20um%20estudo%20na%20educao%20de%20jovens%20e%20adultos.pdf.
Acesso em: 29/04/17
Kupfer, Maria Cristina.
Freud e a educação. O mestre do impossível. São Paulo:
Scipione, 1989.