Infância Roubada
Crianças Invisíveis, filme
produzido por Chiara Tilesi e dirigido por Mehdi Charef, Emir Kusturica, Spike
Lee, Katia Lund, Jordan Scott, Ridley Scott, Stefano Veneruso e John Woo retrata
histórias nas quais crianças de culturas diferentes são vítimas da supressão de
sua infância e o resultado é a perda de visibilidade destas pela família e
sociedade. As histórias são retratadas
ora de maneira poética, ora de maneira realista fazendo um convite à reflexão.
Histórias densas que
refletem a delicadeza inerente à humanidade preservada de cada um dos
personagens apesar das vicissitudes impostas pela negligência. O exemplo de
Tanga, o menino-soldado, que ao chegar a sua aldeia, busca seus brinquedos
escondidos pela guerra e a lágrima contida escorre pelo belo rosto. Outra
história comovente é o curta-metragem brasileiro dirigido por Katia Lund. Bilú
e João são crianças adoráveis que driblam as vicissitudes com inocência e
imaginação. Conseguem andar pelas ruas de uma grande cidade a bordo de um
carrinho-de-papeleiro imaginando estarem pilotando uma Ferrari. “Quando recebi
a proposta de participar deste projeto fiquei pensando em que história iria
contar. Não queria mais falar sobre o tráfico, sobre o dia-a-dia das crianças
que se envolvem com as drogas. Optei pelas crianças que vivem em comunidades
carentes, mas que não entram para o tráfico, que não se envolvem com as drogas
– o que representa na verdade a grande maioria dos jovens, 99%”. (Katia Lund,
2002)
Segundo a UNICEF, “nos casos
extremos, essas crianças realmente desaparecem da vista de todos – tornam-se
invisíveis em suas comunidades e sociedades. É difícil obter evidências consistentes
da extensão das violações do direito à proteção, que aumentam os riscos de que
essas crianças se tornem invisíveis. No entanto, aparentemente, quatro fatores
são fundamentais em muitas delas: a falta ou a perda de uma identidade formal;
proteção inadequada por parte do Estado para crianças sem cuidados familiares;
exploração de crianças por meio do tráfico e de trabalho forçado; e a entrada
prematura das crianças em papéis adultos, como casamento, trabalho sob
condições perigosas, e conflito armado. Embora esses fatores não sejam os
únicos a causar a invisibilidade das crianças, certamente estão entre os mais
significativos, com consequências que, frequentemente, estendem-se muito além
da infância.”
O filme ilumina situações
recorrentes em todas as regiões do planeta para que os governos, sociedades e
cidadãos se sensibilizem com a perda de direitos por crianças que dependem da
proteção integral destes atores. Crianças
com nomes tão comuns como qualquer criança que encontramos no cotidiano. A singularidade
destas crianças retratadas no filme é estarem invisíveis diante dos olhos de
homens e mulheres que tem o dever de protegê-las para que possam crescer e
brincar, descansar e aprender.
Gosto muito da forma como escreves e especialmente deste texto Mara. Teus argumentos estão escritos de forma clara e objetiva. Tuas ideias estão organizadas e consistentes.Tua conclusão está fundamentada em excelentes fatos e evidências. Eu gostaria de ler aqui também, uma reflexão tua sobre as crianças que ficam invisíveis diante de nós, todos os dias na escola e dos fatores que levam a essa invisibilidade diante dos educadores. Como sugestão, eu acrescentaria apenas o link do filme Crianças Invisíveis, porque quem não viu pode ter a oportunidade ao terminar de ler teu texto e quem já assistiu pode rever o documentário.
ResponderExcluirOlá querida Kátia. O link está em destaque bem no início da postagem.
ExcluirMuita boa a sugestão de pauta para uma próxima postagem.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluir