terça-feira, 22 de dezembro de 2015



                                                     Infância Roubada             

      Crianças Invisíveis, filme produzido por Chiara Tilesi e dirigido por Mehdi Charef, Emir Kusturica, Spike Lee, Katia Lund, Jordan Scott, Ridley Scott, Stefano Veneruso e John Woo retrata histórias nas quais crianças de culturas diferentes são vítimas da supressão de sua infância e o resultado é a perda de visibilidade destas pela família e sociedade.  As histórias são retratadas ora de maneira poética, ora de maneira realista fazendo um convite à reflexão.
     Histórias densas que refletem a delicadeza inerente à humanidade preservada de cada um dos personagens apesar das vicissitudes impostas pela negligência. O exemplo de Tanga, o menino-soldado, que ao chegar a sua aldeia, busca seus brinquedos escondidos pela guerra e a lágrima contida escorre pelo belo rosto. Outra história comovente é o curta-metragem brasileiro dirigido por Katia Lund. Bilú e João são crianças adoráveis que driblam as vicissitudes com inocência e imaginação. Conseguem andar pelas ruas de uma grande cidade a bordo de um carrinho-de-papeleiro imaginando estarem pilotando uma Ferrari. “Quando recebi a proposta de participar deste projeto fiquei pensando em que história iria contar. Não queria mais falar sobre o tráfico, sobre o dia-a-dia das crianças que se envolvem com as drogas. Optei pelas crianças que vivem em comunidades carentes, mas que não entram para o tráfico, que não se envolvem com as drogas – o que representa na verdade a grande maioria dos jovens, 99%”. (Katia Lund, 2002)
    Segundo a UNICEF, “nos casos extremos, essas crianças realmente desaparecem da vista de todos – tornam-se invisíveis em suas comunidades e sociedades. É difícil obter evidências consistentes da extensão das violações do direito à proteção, que aumentam os riscos de que essas crianças se tornem invisíveis. No entanto, aparentemente, quatro fatores são fundamentais em muitas delas: a falta ou a perda de uma identidade formal; proteção inadequada por parte do Estado para crianças sem cuidados familiares; exploração de crianças por meio do tráfico e de trabalho forçado; e a entrada prematura das crianças em papéis adultos, como casamento, trabalho sob condições perigosas, e conflito armado. Embora esses fatores não sejam os únicos a causar a invisibilidade das crianças, certamente estão entre os mais significativos, com consequências que, frequentemente, estendem-se muito além da infância.”
   O filme ilumina situações recorrentes em todas as regiões do planeta para que os governos, sociedades e cidadãos se sensibilizem com a perda de direitos por crianças que dependem da proteção integral destes atores.  Crianças com nomes tão comuns como qualquer criança que encontramos no cotidiano. A singularidade destas crianças retratadas no filme é estarem invisíveis diante dos olhos de homens e mulheres que tem o dever de protegê-las para que possam crescer e brincar, descansar e aprender.

3 comentários:

  1. Gosto muito da forma como escreves e especialmente deste texto Mara. Teus argumentos estão escritos de forma clara e objetiva. Tuas ideias estão organizadas e consistentes.Tua conclusão está fundamentada em excelentes fatos e evidências. Eu gostaria de ler aqui também, uma reflexão tua sobre as crianças que ficam invisíveis diante de nós, todos os dias na escola e dos fatores que levam a essa invisibilidade diante dos educadores. Como sugestão, eu acrescentaria apenas o link do filme Crianças Invisíveis, porque quem não viu pode ter a oportunidade ao terminar de ler teu texto e quem já assistiu pode rever o documentário.

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    1. Olá querida Kátia. O link está em destaque bem no início da postagem.
      Muita boa a sugestão de pauta para uma próxima postagem.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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