domingo, 10 de julho de 2016



                                                  

                                                    A vida e o Conto

Discorrer sobre autoria dos Contos de Fadas, remete-nos a períodos remotos nos quais a oralidade era marca forte das sociedades. Resultado de um trabalho coletivo, no qual cada contador (a) incrementava o conto com elementos cotidianos, comezinhos, o gênero firmou-se através da oralidade.
A necessidade que os povos tinham de entreter-se, de elaborar suas angústias, medos e conflitos íntimos encontravam nos contos a possibilidade de representação simbólica daqueles que são o amálgama na construção da identidade e também da cultura de um povo.
De acordo com Machado (2002), “é para isso que o homem conta histórias – para tentar entender a vida, sua passagem pelo mundo, ver na existência alguma espécie de lógica”.
Por isso, qualquer produção cultural, dentre elas o Conto de Fadas, exige respeito no que tange ao seu conteúdo, pois se são suportes para que os humanos possam compreender o mundo em que vivem é porque são construídos a partir “de elementos que vão se correspondendo de modo coerente e que aos poucos vão erigindo um edifício de sentido”.(Machado, 2002)


Ainda Machado (2002)

Cada texto e cada autor lidam com elementos diferentes nessa busca, e vão adequando formas de expressão e conteúdo de um jeito que mantém uma coerência interna profunda que lhe dão sentido. Mexer neles é alterar esse sentido.


Certamente, trabalhar com Contos de Fadas em sala de aula é um desafio, pois estamos imersos em imagens que desafiam a criança, no sentido de que há oferta em excesso de imagens e pouco estímulo à escuta e posteriormente à construção de suas próprias ideias sobre o que foi contado. Porém, o desafio é criar estratégias para alcançar a maioria dos alunos, como por exemplo, contar Contos de Fadas tradicionais e intercalar com os de Terror, Urbanos, adaptados.
Desse modo tenho trabalhado em sala de aula. Elegi uma história tradicional, compilada pelos Irmãos Grimm para iniciar a sequência, qual seja, Dona Ôla. Contei-a e o que assisti me surpreendeu. Todos os alunos sentiram-se envolvidos pela história.
Dessa maneira, continuo apresentando os contos tradicionais e outros estilos para que os estudantes possam escolher aquele que melhor representar vivências cotidianas, aquelas mesmas que motivaram os contadores (a) para manterem vivas as histórias cunhadas através dos tempos.


Referências:

MACHADO, Ana Maria. Encantos para sempre. Disponível em: https://moodle.ufrgs.br/pluginfile.php/1612437/mod_resource/content/2/Texto%20aula%206%20e%207.pdf Acesso em: 10/07/16






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