sábado, 25 de junho de 2016



                                     O Outro e Eu

Indiscutivelmente a Interdisciplina de Música na Escola ofereceu espaço para que pudéssemos vivenciar aquilo que nos faz gente, melhor dizendo humanos, qual seja, interagir com o outro, tocar, cantarolar e movimentar o corpo embalados pelo som.
É inegável que nas aulas presenciais nos divertimos muito ao som das batucadas e cantorias da professora Leda Maffioletti, do professor Evandro Alves e da professora Luciane da Costa Cuervo.
Para exemplificar, cantamos e encenamos a Parlenda das Caveiras, com a professora Leda como maestrina e enquanto executávamos, ríamos e tentávamos acompanhar os gestos propostos.
Quanto às indicações oferecidas pela Interdisciplina, destaco a parlenda  A velha a Fiar que tem rendido desde o mês de abril solicitações dos alunos para que cantemos a mesma.
Com a finalidade de ampliar as possibilidades que esta parlenda suscitou, sugeri que os alunos fizessem em grupo uma sequência de gestos que pudesse acompanhar a mesma e o resultado foi muito bom, pois todos estavam motivados e participaram da elaboração.
Assim como houve interesse em participar das atividades propostas, também houve empenho de muitos alunos em cantar para os familiares e muitos daqueles fizeram o relato de que seus pais, mães e avós conheciam a parlenda e isso provocou neles uma alegria imensa.
Segundo Leda Maffioletti (2011)

“Assim, quando ensinamos uma música a uma criança, não só estamos estreitando nossos laços com ela, mas também lhe ensinando meios de inserir-se na cultura, porque esta criança não vai cantar somente para si mesma. (MAFFIOLETTI, p.12, 2011)


Pois foi esta a relação que fiz logo que escutei o relato após os alunos terem relatado que cantaram para seus familiares, qual seja, aqueles sentiram parte de algo e isto denomina-se cultura.
Portanto, interagir, (re)criar, vivenciar são condições humanas e na contemporaneidade nada mais urgente do que cantarolar, dançar, tamborilar, assobiar.

Referências:
MAFFIOLETTI, Leda de Albuquerque A música na infância e as experiências de compreensão do outro. 2011. p.12 Disponível emhttps://moodle.ufrgs.br/mod/folder/view.php?id=1007079 Acesso: 25/06/16




quinta-feira, 23 de junho de 2016



                                       



                                               Apreensão do mundo


Indiscutivelmente a relação entre realidades díspares, qual seja, dos sujeitos ouvintes e surdos se apresenta logo no início do vídeo Sou Surda e não Sabia, pois há uma necessidade explícita apresentada e esta exige o aporte de lei para que a sociedade possa organizar-se e desenvolver projetos, ações, facilitadores que farão parte de um arcabouço no qual as pessoas poderão interagir tanto ouvintes quanto surdos.
Há previsões legais que foram elaboradas no intuito de promover espaços de comunicação entre surdos e ouvintes e daquelas destaco o § 2º, do Art. 22 do Decreto nº 5.626, de 22 dezembro de 2005, que regulamenta a Lei nº 10.436/2002 que prevê


As instituições privadas e as públicas dos sistemas de ensino federal, estadual, municipal e do Distrito Federal buscarão implementar as medidas referidas neste artigo como meio de assegurar aos alunos surdos ou com deficiência auditiva o acesso à comunicação, à informação e à educação.



Porém, o que constato é que esta previsão, como tantas outras que não foram implementadas em extensão e abrangência exigidas, impactam a comunidade surda e esta se torna invisível aos olhos daqueles que deveriam acolher os sujeitos surdos.
Na película acima citada, há um trecho que permitiu a reflexão a partir daquilo que é essencial para que possamos nos  sentir parte da humanidade diversa e plural, e dentre nós há aqueles que tem no gesto a comunicação e estes tem o mesmo direito em saber-se humanos plenos de direitos. O trecho está em 37:15 e neste o  professor de uma turma bilíngue afirma que para que a criança surda possa crescer, tornar-se um adulto pleno, aquela necessita ter referências positivas à respeito de ser um sujeito surdo pleno de direitos e deveres e ele, professor, é um exemplo.
Concluo com a tese que Paulo Freire nos brindou e que muito bem exemplifica o que devemos perseguir como sociedade, qual seja, “a leitura do mundo precede a leitura da palavra” e esta verdade também acolhe o sujeito surdo em todas as dimensões, pois ele também apreende o mundo para depois encontrar na palavra o mesmo.

                                            Estudo e pesquisa: exigência docente        Ensejando a continuidade dos estudos e porvent...