UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
Faculdade de Educação
Curso de Graduação em Pedagogia – Licenciatura
PROJETO DE ESTÁGIO
Introdução
O Projeto de Estágio, previsto pelo Curso Pedagogia à Distância (PEAD/UAB/UFRGS), como obrigatório para conclusão daquele, prevê 180h para efetiva prática em sala de aula e 120h para observação da turma, planejamentos e escrita do relatório, somadas 300h nas quais poderemos colocar em prática os estudos teóricos e práticos até então desenvolvidos nos semestres ofertados pela Universidade, no Curso em questão.
A atividade curricular será desenvolvida em uma turma de 3° Ano, classe na qual a regência está sob os cuidados da Estagiária/Professora. Aquela é composta por 29 alunos, funciona no turno da tarde, na EEEF Evarista Flores da Cunha.
O planejamento será desenvolvido em torno da Alfabetização e Letramento, a partir de escolhas de títulos e autores que disponibilizem temas geradores para o desenvolvimento de tramas possíveis para as interações aluno-aluno; professor-aluno; aluno-ambiente-professor e daquelas a capacitação para a dialogia que permita escritas, interpretações, formulações e resoluções.
O Projeto terá como mote a leitura de títulos que contemplarão os diferentes gêneros textuais e daquela a elaboração de atividades variadas que transitarão pelas áreas de Conhecimento: Linguagens (Arte, Educação Física, Língua Portuguesa), Matemática, Ciências da Natureza e Humana.
A Escola estadual de Ensino Fundamental Evarista Flores da Cunha localiza-se em Belém Novo, bairro pertencente à Zona Sul da Capital do RS. A instituição compõe um espaço privilegiado na região que é a Praça Central, junto à outros equipamentos públicos, como banheiros, pracinha e duas quadras esportivas e aquela está situada à beira do Rio Guaíba.
A localização da Escola permite acesso facilitado, sendo possível chegar à instituição através de transporte público e de transportes alternativos (bicicleta, motocicleta, skate). Nas cercanias, encontra-se o comércio local, instituições públicas como Delegacia de Polícia e Posto de saúde, outras escolas da rede estadual, igrejas (Católica e Evangélica), um parque à beira do rio, composto por churrasqueiras, pista de skate e espaço para piqueniques e acampamento.
Instituição criada em 23/01/1934 e designada EEEF Evarista Flores da Cunha em 15/12/2000, tem como endereço Praça Inácio Antonio da Silva, s/nº, bairro Belém Novo - Porto Alegre – RS, CEP 91.780 – 330, telefone 51 32591353, funcionando em regime de dois turnos, manhã e tarde, respectivamente das 8h às 12h15 e das 13h15 às 17h15.
Compõe a Instituição, 19 salas de aula ( uma sala adaptada para cadeirante), 01 sala de professores, 01 sala para Vice - direção, 01 sala para Direção, 01 sala para Supervisão escolar e Orientação escolar, 01 sala para Secretaria, 01 sala para Almoxarifado, 01 sala para cozinha/refeitório, 01 pracinha para 1º Ano, 01 praça para o Currículo por Atividade, 01 Biblioteca/ Sala de vídeo, 01 quadra esportiva, 03 salas no andar superior que abriga o Policial Militar, 06 banheiros ( um banheiro adaptado para cadeirante), 01 pátio, sendo distribuídos estes espaços pelo prédio central, construído em 1934 e pelos prédio anexos, construídos posteriormente.
A faixa etária atendida é dos 6 anos aos 18 anos, distribuídos do 1° ao 9° ano um contingente de 800 alunos, atendidos por professores nomeados e contratados pela rede, por 01 Diretora, 02 vices – diretoras, 01orientadora educacional, 01 supEervisora, 01 secretária, 04 merendeiras, 02 funcionários do quadro especial, 04 auxiliares de serviços gerais, e 01 auxiliar administrativo, somando 40 sujeitos, entre funcionários e professores.
De acordo com o Regimento Escolar/2007, a proposta pedagógica “traduz o perfil da Comunidade escolar, preocupa-se com a construção no coletivo desta Comunidade escolar e visa a harmonia de interesses e compromissos que devem ser assumidos para a solução de problemas enfrentados e assim atingir os objetivos traçados para uma melhor prática pedagógica e da cidadania.”[i](2007, p. 08)
A Avaliação prevista no Regimento deverá ser diagnóstica, abrangendo os aspectos cognitivos, afetivos, psicomotores e sociais, e os resultados da mesma serão expressos trimestralmente.
No que se refere à Sala de Aula, no que tange às características físicas, é um espaço tradicional, com carteiras e cadeiras, um quadro verde e outro branco, um armário para a turma e um ventilador. Bem iluminada e ventilada suficientemente. No que se refere ao pedagógico, as turmas de Anos Iniciais são contempladas com a Unidocência, não havendo aulas especializadas.
A professora, ora Estagiária da turma 33, elabora o planejamento baseado na Teoria Interacionista que de acordo com Marques (2008, p. 02),
“[...]é uma teoria que não prioriza nem as condições internas, nem as externas, na construção do conhecimento. Interacionismo é a crença segundo a qual a explicação da origem do conhecimento está na síntese permanente entre as condições internas do sujeito e do meio, entre a maturação e a experiência adquirida.”[ii]
e avalia de forma contínua, gradativa e mediadora, que segundo Melo; Bastos (2012, p.190) apud Hoffmann (1993, p. 34)
[iii]O significado primeiro e essencial da ação avaliativa mediadora é o “prestar muita atenção” nas crianças, nos jovens, eu diria “pegar no pé” desse aluno mesmo, insistindo em conhecê-lo melhor, em entender suas falas, seus argumentos, ouvindo todas as suas perguntas, fazendo-lhes novas e desafiadoras questões, “implicantes”, até, na busca de alternativas para uma ação educativa voltada para a autonomia moral e intelectual. Autonomia, que segundo La Taille (1992, p. 17), “significa ser capaz de se situar consciente e competentemente na rede dos diversos pontos de vista e conflitos presentes numa sociedade”.[iv]
Princípios orientadores
Refletir exige que tenhamos parâmetros e estes serão fundamentos para a ação, que neste caso é projetar para um período específico, porém esta ideia deve estar relacionada ao que já vem sendo desenvolvido.
Por este viés, embasarei o Projeto de Estágio em autorias que me acompanham como graduanda do PEAD, assim como profissional que tem como motivação e objeto de pesquisa, as interações, sejam aluno – aluno; professor – aluno; aluno – ambiente – professor, portanto estarei em constante dialogia com os teóricos que respondam as inquietações que emergem das interações, dentre aquelas, uma que acompanha o professor dos Anos iniciais, permeará a tessitura do Projeto, qual seja Alfabetizar ou Letrar?, consoante Moraes (2005, p. 6) apud Soares (1998, p. 47)
“ [...]teríamos alfabetizar e letrar como duas ações distintas, mas não inseparáveis, [ . . . ] ensinar a ler e escrever no contexto das práticas sociais da leitura e da escrita, de modo que o indivíduo se tornasse, ao mesmo tempo, alfabetizado e letrado.” [v]
Ainda Moraes (2005, p. 7)
“O sujeito que aprende o código da leitura e da escrita em situações reais de leitura e escrita, através dos diferentes portadores de textos do mundo letrado, e não com textos que foram elaborados didaticamente para ensinar ler e escrever do tipo “o boi baba’, ‘jacaré bebe café”, etc. estará ao mesmo tempo aprendendo um código e envolvendo-se em práticas sociais de leitura e escrita, que provavelmente, não ficarão restritas ao espaço do grupo de alfabetização e à presença da professora alfabetizadora.”[vi]
Macedo (1990, p. 3) assevera
“ [...] não se tratará de descrever uma forma de ler ou escrever já praticada, mas de refazer (ainda que de forma abreviada) esta história nele e através de ações ou objetos (ou dos termos que os representam) que fazem sentido para ele. Assim poder-se-ia dizer que quando “nasce” um escritor também “nasce” uma escrita, quando “nasce” um leitor também “nasce” um texto, mesmo que, para outros, estes (o texto e a escrita) já fossem constituídos”.[vii]
Além disso, serão as provocações possíveis e necessárias que instigarão as crianças para que desenvolvam a curiosidade sobre os objetos de estudo, através de múltiplas atividades e estas dinamizadas pelas leituras de títulos que façam parte do universo daquelas e outros que sensibilizarão os sujeitos para que desejem mover-se em direção ao novo, às descobertas, ás indagações, à construção do conhecimento.
Becker; Marques (2000, p.03)
“[...] qualquer conquista do indivíduo deve-se a sua ação. Não há consciência, conhecimento, linguagem, representação ou qualquer tipo de operações mentais, nem sequer a própria mente, antes da ação. A aprendizagem deve ser entendida, pois, como obra da ação do indivíduo ou sujeito do conhecimento.”
Portanto, promover um planejamento que contemple o lúdico, através de leituras e atividades variadas que instiguem à curiosidade, promovam espaços para a ação sobre diferentes objetos produzirá um arcabouço propício para que os sujeitos construam estratégias para solucionar dúvidas, outras que desestabilizem as certezas, enfim, sejam produtores de conhecimento.
Justificativa da proposta de trabalho
Com o objetivo de oferecer um ambiente propício para o desenvolvimento da autonomia, das interações, descobertas, do aprendizado, escolhi a Literatura como meio para atingir objetivos que são concernentes ao 3º Ano , como também à Interdisciplinaridade que perpassam todo o Ensino Básico, previstos na BNCC.[viii]
Objetivo(s) pessoal(is) de aprendizagem da estagiária.
Ao mesmo tempo em que coloco em prática estudos, teóricos, ideias surgidas/propostos no PEAD, exercitando e dialogando com o arcabouço no qual os alunos estão imersos, portanto uma dialogia entre estudantes de diferentes níveis, ou seja, nível superior e básico, vou produzindo olhares e saberes resultantes do exercício como estudante e profissional.
Objetivos gerais
Compreender a origem da cultura corporal e seus vínculos com a organização da vida coletiva e individual.
Estimular a sensibilidade como leitor
Desenvolver habilidades para a escrita
Reconhecer, no cotidiano, referências espaciais de localização, distância e orientação
Desenvolver a noção de cidadania
Valorizar a vida em grupo
Observar a variedade de animais com os quais o ser humano convive
Compreender sequências com regularidades
Compreender o Sistema de Numeração Decimal
Calcular mentalmente e proceder ao arredondamento de números naturais
Representar através de diferentes técnicas, o sentimento relativo às atividades em sala de aula
Objetivos específicos
Experimentar e fruir brincadeiras e jogos populares do Brasil e do mundo, incluindo aqueles de matriz indígena e africana.
Descrever, por meio de múltiplas linguagens (corporal, escrita, oral, visual) as brincadeiras e jogos populares do brasil e do mundo, incluindo aqueles de matriz indígena e africana.
Recriar, individual e coletivamente, e experimentar, na escola e fora dela, brincadeiras e jogos populares do brasil e do mundo, incluindo aqueles de matriz indígena e africana
Ler textos de diferentes gêneros textuais
Compreender e interpretar diferentes gêneros textuais
Reconhecer a estrutura do poema (versos, estrofes)
Explorar possibilidades de oralização e ênfase expressivas
Criar diálogos para história em quadrinhos
Escrever uma história coletiva
Relacionar a fábula à tradição popular
Valorizar a memória na comunicação oral
Exercitar a comunicação oral: clareza de pronúncia de palavras e frases, adequação da tonalidade da voz e da expressividade das frases
Analisar características de personagens
Retomar elementos que estruturam a trama na maioria dos contos infantis: situação inicial, desenvolvimento, conflito, desfecho
Relembrar os elementos que compõem o conto: tempo, espaço, personagem, narrador
Consolidar as relações espaciais topológicas
Desenvolver noções de alfabetização cartográfica (pontos de vista)
Conhecer melhor o lugar em que se vive
Conhecer outros lugares e estabelecer relações entre eles; distâncias
Compreender e representar o espaço mais próximo
Valorização da vida em grupo
Identificar-se como ser social integrado ao grupo em que vive
Classificar os animais com base em suas características
Reconhecer o grupo dos animais invertebrados e vertebrados e seus subgrupos: mamíferos, peixes, anfíbios, répteis e aves
Construir o significado do número natural e se apropriar dele
Resolver situações-problema e, a partir delas, construir os significados das operações
Desenvolver, com compreensão, procedimentos de cálculos mental, aproximado, por algoritmos diversos e por analogia
Comunicar ideias matemáticas de diferentes formas: oral, escrita, por tabelas, gráfico
Experienciar a ludicidade, a percepção, a expressividade e a imaginação, ressignificando espaços da escola e de fora dela no âmbito da Arte[ix]
Desenvolver a autonomia, a crítica, a autoria e o trabalho coletivo e colaborativo nas artes[x]
Avaliação
O domínio da escrita alfabética e do letramento exige uma gama ampla de atividades e conteúdos que implicam em ler, compreender e produzir textos, seja em qual área do conhecimento estiver transitando o sujeito, portanto a Avaliação deverá abarcar todo o processo sendo diagnóstica, acompanhando cada etapa do desenvolvimento e, para ser possível individualizar a observação, a Avaliação terá que acolher a mediação, a partir das tarefas orais e escritas, levando em conta as experiências trazidas pelos alunos e as soluções apresentadas às questões que surgirem e/ou forem apresentadas.
De acordo com Hoffmann; Janssen; Esteban (Org.), (2008, p. 11)
“[...] o papel da avaliação é acompanhar a relação ensino-aprendizagem para possibilitar as informações necessárias para manter o diálogo entre as intervenções dos docentes e dos educandos.”