quinta-feira, 26 de novembro de 2015

                                                                      


                                                                                                                                           Infância e Sociedade

     Sem dúvida alguma, a infância é parte constitutiva da sociedade. Sendo parte, forma-se no espaço e no tempo, portanto as crianças terão seu cotidiano moldado pelas decisões políticas e econômicas e estas não respeitam fronteiras, muito menos as necessidades humanas exigidas para o pleno desenvolvimento.
    Visto que as crianças estão sujeitas aos ditames da economia e da política, cabe aos adultos responsáveis por elas diretamente e todos os outros atores, cuidarem para que os acordos estruturais não retirem direitos básicos para o pleno desenvolvimento daquelas que em última instância “chegam por último” na sociedade e precisam ser respeitadas no que tange aos cuidados básicos.
   Há pensadores debruçados sobre os temas que incidem sobre a infância. Dentre eles figura Jens Qvortrup, sociólogo dinamarquês que defende a tese de que “categoria geracional é aquela que define o lugar ocupado pela infância na sociedade.” (Nascimento, 2011, p.199) Posto deste modo, afirma o cientista que há “necessidade de uma abordagem interdisciplinar para estabelecer relações entre infância, como categoria, e as crianças, em suas vivências cotidianas.”(Qvortrup, 1993, p. 11-18) O autor quer dizer que há necessidade de contemplar no planejamento de políticas publicas o cuidado com o bem-estar das crianças, quais sejam, atendimento à saúde, segurança alimentar, espaços públicos que atendam a necessidade de circulação, previsões de moradia, educação. Concentrar estudos e planejamento que incluam as crianças é exigência para garantir a inclusão da infância como parte da sociedade.
  Em outras palavras, citando outra vez Qvortrup, “as crianças são indiscutivelmente parte da sociedade e do mundo e é possível e necessário conectar a infância às forças estruturais maiores, mesmo nas análises sobre economia global.”
 O autor refere-se ao microcosmo e às macroforças, pois estas e aquele estão  interligados. O nível micro é aquele no qual a criança está inserida, qual seja, a família, escola, comunidade. Estas instituições são impactadas pelas macroforças, quais sejam, as forças econômicas que incidem sobre o meio ambiente, planejamento urbano, decisões políticas.
 Em suma, a infância como categoria geracional confere à criança condição para cidadania, porém para a efetivação deste status é necessário incluir e recepcionar direitos inerentes ao desenvolvimento pleno para que as crianças vivam como atores e criadores e que não sejam meros espectadores da sociedade em constante (re)construção.

                                               

Nenhum comentário:

Postar um comentário

                                            Estudo e pesquisa: exigência docente        Ensejando a continuidade dos estudos e porvent...