terça-feira, 18 de outubro de 2016




                                          Tempo da alegria

Indiscutivelmente, o professor continua refém do tempo previsto para cumprir o que o calendário escolar e o planejamento restrito aos conteúdos determinam. A carga horária é o único “tempo”, imperativo que obedece somente ao sinal que anuncia o término de mais um dia letivo. Rotina que molda o devir de professores e alunos e a consequência mais grave, dentre todas as outras, é o desinteresse.
Apesar disso, há professores que propõem discussões, alternativas, leituras, outras maneiras de vivenciar os “tempos de aprendizagem e pedagógico independentemente do tempo de permanência que temos, alunos e alunas, professores e professoras, na escola”.
Da mesma forma, há alunos que desafiam a homogeneização imposta pela estrutura que determina espaços e tempos. Aqueles não se adaptam ao cronograma que exclui opiniões, espaços para experimentação, momentos de troca entre os pares e os professores sem a mediação do planejamento.
Como resultado há no interior das instituições e na sociedade um desconforto, pois as vozes se fazem ouvir e estas não são ainda compreendidas. A linearidade não é a tônica na pós-modernidade, portanto há que se acolher as diferenças e estas exigem espaços e tempos adequados aos sujeitos, que tem como signo preponderante a alteridade.
Afinal, como disse Paulo Freire (1993, p.10), “o tempo que levamos dizendo que para haver alegria na escola é preciso primeiro mudar radicalmente o mundo é o tempo que perdemos para começar a inventar e a viver a alegria”.



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