Infância e o seu lugar no mundo
São
indissociáveis os conceitos Infância e Modernidade. Um signo que baliza a
Modernidade em seus primórdios é a razão. Portanto a inclusão da criança como
devir do adulto calcado na razão, confere a partir deste período um lugar para
a criança, uma Categoria Geracional, qual seja, a Infância ocupando um lugar
específico na sociedade.
Se a
partir da Modernidade a criança como parte de uma categoria, ocupa um lugar na
sociedade, então passa a ter o seu cotidiano administrado de maneira organizada
pelos regramentos elaborados pelos adultos. A administração simbólica da
infância é um conjunto de regramentos, roteiros escritos e inferidos. Como se
portar, onde circular, com quem se relacionar são inerentes à cada sociedade,
portanto as pluralidades no ser criança nos permite concluir que temos infâncias.
A
institucionalização é o meio pelo qual a Infância é recepcionada na sociedade e
aquela se dará a partir da escola e da família e estas instituições aplicam os
regramentos e os roteiros elaborados.
Indissociável
das instituições família, escola e infância na Pós-Modernidade está a globalização a instituir a infância
mundial, acarretando redefinições na administração da vida das crianças,
incrementada pela Convenção dos Direitos
da Criança, UNICEF, OIT, OMS, associadas aos regramentos que cada sociedade
elabora. A globalização da infância é resultado de mudanças econômicas,
políticas, culturais e sociais que impactam as instituições que recepcionam as
crianças.
Por
conseguinte, a globalização influencia o cotidiano nas sociedades e acarreta
mudanças nas instituições. A mudança mais significativa é o tempo reduzido que
os genitores tem para dedicar aos filhos, portanto os cuidados diários são
declinados às instituições de acolhimento e educação, gerando a
reinstitucionalização da infância.
A
globalização, signo que corrompe identidades por oferecer ideia hegemônica de
modo de vida, afeta diretamente a infância, pois esta é a categoria social que
não tem poder de decisão, portanto sujeita ás decisões políticas e econômicas,
que ao fim e ao cabo determinam distribuição de riqueza desigual.
Consequentemente
fome, guerras, doenças fazem parte do cotidiano de muitas sociedades e as
crianças os sujeitos mais atingidos.
Frente
à situação atual vivenciada pelas crianças, qual seja, novos arranjos exigidos das instituições, consequentemente a
infância tem seu lugar rediscutido. Mas não deixará de pertencer e estar na
sociedade, somente precisará se reinventar através de seu jogo predileto conforme Sarmento (2000, p.16) o brinquedo e o brincar são também fator fundamental na recriação do
mundo e na produção de fantasias.
Referências Bibliográficas
Sarmento, Manuel Jacinto (2000). As Culturas da Infância Nas Encruzilhadas da 2ª Modernidade, Instituto de Estudos da Criança da Universidade do Minho
Referências Bibliográficas
Sarmento, Manuel Jacinto (2000). As Culturas da Infância Nas Encruzilhadas da 2ª Modernidade, Instituto de Estudos da Criança da Universidade do Minho
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