terça-feira, 1 de dezembro de 2015






                         Infância e o seu lugar no mundo

São indissociáveis os conceitos Infância e Modernidade. Um signo que baliza a Modernidade em seus primórdios é a razão. Portanto a inclusão da criança como devir do adulto calcado na razão, confere a partir deste período um lugar para a criança, uma Categoria Geracional, qual seja, a Infância ocupando um lugar específico na sociedade.
Se a partir da Modernidade a criança como parte de uma categoria, ocupa um lugar na sociedade, então passa a ter o seu cotidiano administrado de maneira organizada pelos regramentos elaborados pelos adultos. A administração simbólica da infância é um conjunto de regramentos, roteiros escritos e inferidos. Como se portar, onde circular, com quem se relacionar são inerentes à cada sociedade, portanto as pluralidades no ser criança nos permite concluir que temos infâncias.
A institucionalização é o meio pelo qual a Infância é recepcionada na sociedade e aquela se dará a partir da escola e da família e estas instituições aplicam os regramentos e os roteiros elaborados.
Indissociável das instituições família, escola e infância na Pós-Modernidade  está a globalização a instituir a infância mundial, acarretando redefinições na  administração da vida das crianças, incrementada pela  Convenção dos Direitos da Criança, UNICEF, OIT, OMS, associadas aos regramentos que cada sociedade elabora. A globalização da infância é resultado de mudanças econômicas, políticas, culturais e sociais que impactam as instituições que recepcionam as crianças.
Por conseguinte, a globalização influencia o cotidiano nas sociedades e acarreta mudanças nas instituições. A mudança mais significativa é o tempo reduzido que os genitores tem para dedicar aos filhos, portanto os cuidados diários são declinados às instituições de acolhimento e educação, gerando a reinstitucionalização da infância.
A globalização, signo que corrompe identidades por oferecer ideia hegemônica de modo de vida, afeta diretamente a infância, pois esta é a categoria social que não tem poder de decisão, portanto sujeita ás decisões políticas e econômicas, que ao fim e ao cabo determinam distribuição de riqueza desigual.
Consequentemente fome, guerras, doenças fazem parte do cotidiano de muitas sociedades e as crianças os sujeitos mais atingidos.
Frente à situação atual vivenciada pelas crianças, qual seja, novos arranjos  exigidos das instituições, consequentemente a infância tem seu lugar rediscutido. Mas não deixará de pertencer e estar na sociedade, somente precisará se reinventar através de seu jogo predileto conforme Sarmento (2000, p.16) o brinquedo e o brincar são também fator fundamental na recriação do mundo e na produção de fantasias. 


                                            Referências Bibliográficas

Sarmento, Manuel Jacinto (2000). As Culturas da  Infância Nas Encruzilhadas da 2ª Modernidade, Instituto de Estudos da Criança da Universidade do Minho






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