Redes sociais e dialogia
Sem
dúvida alguma, o advento da rede social acarretou mudanças potentes nas
relações sociais, pois a mesma propiciou às pessoas a oportunidade de trocar
ideias e informações sem que aquelas sejam obrigadas a ler ou ouvir se não for
interessante, ou seja, a emissão e a recepção da informação estão sujeitas à
decisão unilateral.
Apesar
da conclusão acima, Leandro Karnal em entrevista ao programa Ponto a Ponto afirma que
“há uma geração que só viveu quase a experiência virtual e pra esta geração não
existe uma diferença muito grande entre contato e a intermediação...“, portanto
para esta geração não houve impacto, pois foi por meio da rede social que
aquela forjou a maneira de se comunicar diferentemente das gerações anteriores
que balizavam a interlocução a partir do contato direto.
Em
decorrência do comportamento autocentrado, resultante da possibilidade de
excluir conversas, “emudecer” interlocutor, deletar amigos virtuais por não
aceitar opiniões ou ideias, a capacidade de refletir sobre diferentes assuntos
com base em opiniões diversas ou divergentes diminui e a dialogia fica
comprometida.
Conforme
Huhne (2000, p.15)) apud Freire, “
...o ato de ler só se realiza mediante um espaço de relação dialógica com o autor...
“, portanto se a mudança substancial ocorrida a partir do aparecimento da
internet como plataforma de comunicação social é a dificuldade de diálogo e
este é fundamental para a leitura a conclusão é que há muita informação
circulando nas redes sociais em detrimento da formação.
Em
vista disso, é inescapável, como docente e discente perseguir a ideia de que o
diálogo é o mediador da aprendizagem e para tanto é necessário desenvolver
estratégias e comportamentos capazes de superar atitudes autocentradas.
Referências:
HÜHNE.
Leda Miranda. Metodologia científica: cadernos de textos e técnicas. 7 edição/3ª
impressão. Rio de Janeiro: Agir, 2000
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