quinta-feira, 26 de abril de 2018





Como é essa escola?
A cena[i]. Cinco personagens. Modelos e pressupostos pedagógicos distintos. Uma Instituição.

Sem dúvida alguma, o sistema de ensino possui leis, decretos, artigos que definem quais os pressupostos que balizarão os planejamentos das unidades que compõem aquele, tanto quanto nortearão o planejamento das/os professoras/ES, porém a escolha do modelo epistemológico é feito a partir de convicções pessoais. Portanto, teremos na mesma unidade de ensino, parte do sistema educacional, diferentes modelos pedagógicos.
De acordo com a cena apresentada pela Interdisciplina SI VII, os atores representam três professoras, que atuam a partir dos pressupostos epistemológicos Empirismo, Construtivismo, Apriorismo respectivamente. O professor advoga diferentes modelos para as escolas nas quais atua, pois concluiu que as/os alunas/os da instituição particular acompanham um planejamento robusto, exigente e as/os estudantes em questão não teriam condições de acompanhar a mesma elaboração e o Diretor está preocupado com a indisciplina que é revelada pela bagunça presenciada pelo mesmo.
Como é essa Escola? Como defini-la? Ou não há como defini-la?
Ou ainda, se a escola acolhe diferentes modelos e pressupostos epistemológicos e tem na Direção um professor que defende o Modelo Diretivo/ pressuposto epistemológico Empírico, que de acordo com Becker (1994, p.03) [...] “esta pedagogia, legitimada pela epistemologia empirista, configura o próprio quadro da reprodução da ideologia; reprodução do autoritarismo, da coação, da heteronomia, da subserviência, do silêncio, da morte da crítica, da criatividade, da curiosidade” aquela pode ser considerada uma Escola, ou várias?
Certamente é uma Escola com desafios a serem enfrentados e a cena apresenta dois casos de superação no que tange ao autoritarismo, quais sejam, a professora Margarida mudou as estratégias e recursos para que as/os estudantes fossem os atores centrais no processo ensino-aprendizagem.
Conforme Rosanei Tosto (2011, p.02)

“Esses ambientes de ensino colocam os alunos como atores centrais do processo educacional, ao engajar estudantes em cada aspecto das operações da Escola, incluindo aprendizagem, ensino e liderança.”

Além disso, a professora Rosa elaborou uma estratégia na qual as/os alunas/os tem acolhidas suas ideias, porém ainda requer que aquela desenvolva o papel de mediador das relações interpessoais e facilitador do descobrimento, conforme Tosto (2001. p.04)
Diante destas alternativas, a professora Orquídea, que dedica horas e empenho na elaboração do planejamento e apesar disso as/os alunas/os não aprendem e o professor Cravo, autor de diferentes planejamentos, um para a escola particular e para a Escola em questão, pois as/os estudantes “de lá” são capazes e os “daqui” não o são, poderão perceber no decorrer do tempo que é necessário outorgar espaço para que as/os/ estudantes possam sentir-se parte do processo ensino-aprendizagem.
Conforme o quadro apresentado pela cena é possível concluir que essa Escola é passível de construir uma proposta que dê início à construção de uma escola democrática que é, de acordo com Tosto (2011, p.02)

[...] “uma escola que se baseia em princípios democráticos, em especial na democracia participativa, dando direitos de participação iguais para estudantes, professores e funcionários.”

Por outro lado, o movimento resultante, que deriva de ações concretas como as formuladas e desenvolvidas pelas professoras Margarida e Rosa, impactam nas ideias que as/os estudantes fazem do ensino-aprendizagem e o resultado é percebido pelas/os responsáveis que terão despertada a curiosidade pela mudança ocorrida no rendimento e interesse das/os filhas/os nas atividades escolares.
Enfim, há caminhos para serem percorridos, baseados nas ciências relativas à Educação, e que devem ser a base dos planejamentos e estudos por parte de todas/os envolvidos nos processos que envolvem Desenvolvimento e Aprendizagem.

REFERÊNCIAS:
BECKER, Fernando. Modelos pedagógicos e modelos epistemológicos. Educação e Realidade, Porto Alegre, p.89-96, 01 jun. 1994. Semestral. 19(1). Disponível em: <https://pt.scribd.com/document/260250772/BECKER-Fernando-Modelos-pedagogicos-e-modelos-epistemologicos-2-pdf>. Acesso em: 10 abr. 2018.
TOSTO, Rosanei. Escolas Democráticas Utopias ou Realidade. Revista Pandora Brasil, ISSN 2175-3318. v. 4. 2011. Disponível em: <http://docplayer.com.br/7270548-Escolas-democraticas-utopia-ou-realidade.html>. Acesso em: 10 abr. 2018.


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