De acordo com a solicitação da tutora da Interdisciplina Linguagem e Educação, reescrevi o texto abaixo, inserindo ponderações e percepções à respeito do tema analisado.
Linguagem e conhecimento,
elaboração contínua
Com
o propósito de evidenciar as relações entre as teorias de Jean Piaget
[i]e Lev Vygotsky[ii]
quanto ao processo de conhecimento e aquisição da linguagem, dissertarei com
base no texto[iii],
no PPT
e no vídeo[iv]
indicados pela Interdisciplina Linguagem e Educação.
Sem
dúvida alguma, há um ponto em comum quanto à elaboração das teses a respeito da
aquisição da linguagem e o processo de conhecimento desenvolvidas por Piaget e
Vygotsky, qual seja, as interações do sujeito no meio, junto aos seus pares
impactam sobre o desenvolvimento das funções psicológicas superiores
(percepção, memória, pensamento, atenção) e no desenvolvimento humano.
Fica
evidente quando estamos em meio a atividades, de diferentes matizes, junto aos
estudantes, que enquanto eles elaboram, se preocupam em contemplar o que é
solicitado, mesmo que para tanto seja necessário recorrer aos comentários dos
colegas referentes ao ponto em questão.
Muitas vezes, mudam de opinião ao escutar o que está sendo discutido, pois
alguns elementos escapam ao repertório, portanto as funções psicológicas superiores
estão em constante desenvolvimento no que se refere às interações possíveis
e/ou ofertadas.
De
acordo com Montoya (2006, p.121)
[...]
Vygotsky destaca a coincidência de sua hipótese com a hipótese explicativa de
Piaget daquela época, pois para ele o desenvolvimento da lógica na criança é
uma função direta de sua fala socializada.
Basicamente,
o desenvolvimento da fala interior depende de fatores externos: o
desenvolvimento da lógica na criança, como os estudos de Piaget demonstram, é
uma função direta de sua fala socializada. O crescimento intelectual da criança
depende de seu domínio dos meios sociais do pensamento, isto é, da linguagem
(Vygotsky, 1991 p.44).
Tanto
Vygotsky quanto Piaget analisaram o desenvolvimento interno a partir das
interações sociais do indivíduo no meio. Para Vyotsky, o plano interno é
resultado da internalização resultante das ações no meio social, mediadas
através da linguagem e conforme Montoya (2006, p. 124), Piaget defende que
A evolução da ação do indivíduo depende da
evolução das relações nas quais este se encontra inserido, e isso
reciprocamente. Nessa evolução a ideia de socialização se encontra intimamente
relacionada com a cooperação: socializar significa compartilhar noções e signos
com uma comunidade de falantes e ao mesmo tempo distingui-los das próprias
idiossincrasias e dos pontos de vista particulares.
Os
sujeitos são ativos no processo de desenvolvimento humano, que contempla entre
outros, aquisição da linguagem e elaboração do conhecimento, estes são
passíveis de significação e ressignificação no decurso das interações, sendo
notável a capacidade que os sujeitos tem para fazer associações entre situações
vivenciadas com as relatadas e experienciadas pelos outros.
De acordo com Motoya (2006, p.126)
[...]
para Piaget, a tese teórica maior para explicar a evolução do comportamento
humano, incluídas a inteligência e a linguagem, é da continuidade com
reconstrução das estruturas anteriormente adquiridas. Entretanto, isso não
significa o abandono da necessária ação das relações sociais na formação do
pensamento conceitual; pelo contrário, para ele, permanece a explicação da
evolução do pensamento em função das interações sociais, como nas suas teses
iniciais, mas na condição de permanecer garantida a atividade de processos
internos e a continuidade, com reconstrução, de conquistas anteriormente
alcançadas.
Da
mesma forma, Vygotsky defende que o indivíduo não é passivo
no que concerne à formação intelectual e na construção do conhecimento,
Diante
disso, é importante considerar que para Piaget e Vygotsky as ações dos sujeitos
são fundamentais para a aquisição da linguagem e no processo de conhecimento.
Referências:
MONTOYA.
Adrián Oscar Dongo. Pensamento e
Linguagem: percurso Piagetiano de investigação. Psicologia em Estudo,
Maringá, v. 11, n. 1, p. 119-127, jan./abr. 2006
____ibid.,
p. 124.
____ibid.,
p. 126.
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