segunda-feira, 28 de maio de 2018


                
                 De acordo com a solicitação da tutora da Interdisciplina Linguagem e Educação, reescrevi o texto abaixo, inserindo ponderações e percepções à respeito do tema analisado.

                        Linguagem e conhecimento, elaboração contínua

Com o propósito de evidenciar as relações entre as teorias de Jean Piaget [i]e Lev Vygotsky[ii] quanto ao processo de conhecimento e aquisição da linguagem, dissertarei com base no texto[iii], no PPT e no vídeo[iv] indicados pela Interdisciplina Linguagem e Educação.
Sem dúvida alguma, há um ponto em comum quanto à elaboração das teses a respeito da aquisição da linguagem e o processo de conhecimento desenvolvidas por Piaget e Vygotsky, qual seja, as interações do sujeito no meio, junto aos seus pares impactam sobre o desenvolvimento das funções psicológicas superiores (percepção, memória, pensamento, atenção) e no desenvolvimento humano.
Fica evidente quando estamos em meio a atividades, de diferentes matizes, junto aos estudantes, que enquanto eles elaboram, se preocupam em contemplar o que é solicitado, mesmo que para tanto seja necessário recorrer aos comentários dos colegas referentes  ao ponto em questão. Muitas vezes, mudam de opinião ao escutar o que está sendo discutido, pois alguns elementos escapam ao repertório, portanto as funções psicológicas superiores estão em constante desenvolvimento no que se refere às interações possíveis e/ou ofertadas.
De acordo com Montoya (2006, p.121)

[...] Vygotsky destaca a coincidência de sua hipótese com a hipótese explicativa de Piaget daquela época, pois para ele o desenvolvimento da lógica na criança é uma função direta de sua fala socializada.
Basicamente, o desenvolvimento da fala interior depende de fatores externos: o desenvolvimento da lógica na criança, como os estudos de Piaget demonstram, é uma função direta de sua fala socializada. O crescimento intelectual da criança depende de seu domínio dos meios sociais do pensamento, isto é, da linguagem (Vygotsky, 1991 p.44).

Tanto Vygotsky quanto Piaget analisaram o desenvolvimento interno a partir das interações sociais do indivíduo no meio. Para Vyotsky, o plano interno é resultado da internalização resultante das ações no meio social, mediadas através da linguagem e conforme Montoya (2006, p. 124), Piaget defende que

 A evolução da ação do indivíduo depende da evolução das relações nas quais este se encontra inserido, e isso reciprocamente. Nessa evolução a ideia de socialização se encontra intimamente relacionada com a cooperação: socializar significa compartilhar noções e signos com uma comunidade de falantes e ao mesmo tempo distingui-los das próprias idiossincrasias e dos pontos de vista particulares.


Os sujeitos são ativos no processo de desenvolvimento humano, que contempla entre outros, aquisição da linguagem e elaboração do conhecimento, estes são passíveis de significação e ressignificação no decurso das interações, sendo notável a capacidade que os sujeitos tem para fazer associações entre situações vivenciadas com as relatadas e experienciadas pelos outros.

          De acordo com  Motoya (2006, p.126)

[...] para Piaget, a tese teórica maior para explicar a evolução do comportamento humano, incluídas a inteligência e a linguagem, é da continuidade com reconstrução das estruturas anteriormente adquiridas. Entretanto, isso não significa o abandono da necessária ação das relações sociais na formação do pensamento conceitual; pelo contrário, para ele, permanece a explicação da evolução do pensamento em função das interações sociais, como nas suas teses iniciais, mas na condição de permanecer garantida a atividade de processos internos e a continuidade, com reconstrução, de conquistas anteriormente alcançadas.


Da mesma forma, Vygotsky defende que o indivíduo não é passivo no que concerne à formação intelectual e na construção do conhecimento,
Diante disso, é importante considerar que para Piaget e Vygotsky as ações dos sujeitos são fundamentais para a aquisição da linguagem e no processo de conhecimento.

Referências:
MONTOYA. Adrián Oscar Dongo. Pensamento e Linguagem: percurso Piagetiano de investigação. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 11, n. 1, p. 119-127, jan./abr. 2006
____ibid., p. 124.
____ibid., p. 126.

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