Estudo e pesquisa: exigência docente
Ensejando a continuidade dos estudos e porventura adentrar na pesquisa que elucide e indique outros e diferentes caminhos a serem percorridos sobre como os sujeitos adquirem habilidades e competências para serem produtores de textos e leitores dos mesmos, desde a alfabetização sistematizada através do letramento, o encerramento do trabalho admite que permaneçam dúvidas e certezas temporárias, pois estas compõem o devir do pesquisador.
A certeza de que todos os sujeitos aprendem, mas que para atingir aquela é necessário que o docente conheça o processo de desenvolvimento humano, principalmente o que se refere às aquisições cognitivas, impele à continuidade e aprofundamento de leituras sobre a Psicogênese que trata sobre o processo de aquisição da linguagem (oral e escrita), sob a ótica da teoria de Piaget, que define quem é o indivíduo cognoscente.(FERREIRO et all, 2007)
A necessidade em continuar os estudos sobre como alfabetizar através do letramento surge quando o docente se depara com dificuldades que ainda não conhece e sente-se impelido a buscar soluções factíveis para, junto ao aluno, encontrar alternativas que desvendem o desconhecido para aquele ou o que é conhecido pelo mesmo, porém não é decifrado como um elemento que é parte do sistema de escrita alfabética e, este exercício é uma constante, dado constatado a cada ano letivo.
Se o conhecimento é a resultante da atividade do sujeito (FERREIRO et all, 2007), a necessidade de projetar sequências didáticas que contenham atividades de diferentes matizes, vai ao encontro da ideia de que o indivíduo deve ser criador/produtor de conhecimento, e este resultado comporá o desenvolvimento.
Encerro o curso PEAD com a convicção de que é possível alfabetizar, através da sistematização de atividades que contemplem o sistema de escrita alfabética ao mesmo tempo em que são ofertadas situações em que o texto, sob diferentes gêneros discursivos, circule no ambiente escolar, favorecendo as interações entre o meio e os sujeitos e a partir deste mote, construir o arcabouço necessário para que a autoria, a interpretação, a reescrita e outros sejam meio para que os sujeitos possam ser criadores do seu desenvolvimento, e este contribua para a autonomia necessária para que a “leitura do mundo preceda a leitura da palavra, daí que a posterior leitura desta não possa prescindir da continuidade da leitura daquele. Linguagem e realidade se prendem dinamicamente.” (FREIRE, 2003, p.13)
Referências:
FERREIRO, Emilia e TEBOROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Porto
Alegre: Artmed, 1999
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler. São Paulo: Moderno, 2003.